nnVersão para impressãon nn Notas de aula são propriedade intelectual. Sendo assim, qualquer uso, no todo ou em parte, deve ter a origem referenciada apropriadamente, após autorização de seu autor.n nn O texto a seguir corresponde à anotações parciais de aula. Não é um texto em forma final, completo e totalmente revisado. Nesse caso, esse texto não tem como objetivo substituir livros sobre o assunto. Assim, esse texto deve ser entendido apenas como um guia de estudo para o aluno acompanhar a disciplina. n
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nEstudos experimentais em física de partículas são realizados, como dito anteriormente, principalmente através do estudo de decaimentos de partículas instáveis e de reações entre partículas. Vamos estudar um pouco esses dois processos. Antes disso, precisamos compreender um pouco alguns aspectos das colisões entre partículas relativísticas.
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nEm colisões clássicas, supondo o sistema não sujeito à ações de forças externas, momento e massa são sempre conservados enquanto a conservação da energia depende do tipo de colisão que estamos estudando. Em colisões relativísticas, não sujeitas a ações de forças externas, a situação é diferente. Há também a conservação de momento. Porém, neste caso, energia é sempre conservada. O que não precisa ser conservado, neste caso é a energia cinética do sistema estudado. Colisões relativísticas são classificadas em três tipos:n
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- Elástica: energia cinética é conservada;n
- Inelástica: energia cinética final é menor que a inicial;n
- Explosiva: energia cinética final é maior que a inicial;n
nVocê deve estar se perguntando: se a energia é sempre conservada e a energia cinética, não necessariamente, o que acontece? O que ocorre, em colisões relativísticas é a conversão entre energia cinética em energia de repouso do sistema e vice versa. Por conta disso, em colisões relativísticas, a massa não é necessariamente conservada. Isso fica óbvio, por exemplo, na reação de aniquilação elétron-pósitron,


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nPor conta dessas características, colisões relativísticas podem ser tratadas através de uma simples relação de igualdade entre quadrimomentos antes e após a colisão, na forma:nn
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Decaimentos em duas partículas
nEste é talvez o caso mais simples. A reação que estamos estudando, no caso de decaimento de duas partículas é:nnn
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Exemplos
nVamos tomar o decaimento

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nVamos agora olhar um segundo exemplo, o decaimento do píon positivo,



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Saindo do centro de momentos
nNo caso de a partícula A não estar no repouso (outro referencial que não seja no laboratório) o cálculo das energias e momentos das partículas B e C pode ser feito considerando o decaimento no centro de momentos e fazendo a transformação de Lorentz correspondente para o referencial do laboratório. A situação está esquematizada na figura 1.nn
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nFigura 1 – Decaimento em duas partículas.
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Colisões relativísticas
nEm colisões relativísticas, geralmente tratamos de uma colisão do tipo


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nPara caracterizar uma colisão deste tipo, precisamos definir variáveis como energia, momento e ângulo de espalhamento. Do ponto de vista relativístico, estas grandezas podem ser representadas pelas variáveis de Mandelstam, definidas como:nn
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Rapidez e pseudo-rapidez
nEm colisões entre partículas a situação cinemática de cada uma delas é definida pelas medidas de momentos e ângulos de emissão. Há o inconveniente de que a transformação entre referenciais para ângulos não ser muito simples, o que acarreta em uma algebra um pouco mais trabalhosa. Minkowski percebeu que poderíamos tratar transformações de Lorentz como rotações hiperbólicas e isso poderia simplificar significativamente a interpretação de ângulos de emissão e mudanças de referenciais. Vamos tomar, por exemplo, um boost na direção z. As transformações de Lorentz para momento e energia são (de forma similar para tempo e posição):nnn
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nEm muitas situações experimentais não é possível medir a energia das partículas, apenas o seu momento. Por exemplo, em um detector de trajetória inserido em um campo magnético, onde se registra apenas a curvatura da trajetória da partícula, mede-se apenas o seu momento (e carga, dependendo do sinal da curvatura). Assim, não é possível identificar a partícula e, consequentemente, medir a sua energia. Medindo o momento da partícula, pode-se saber o ângulo no qual ela foi espalhada. Nestes casos não é possível medir a rapidez desta partícula. Define-se a pseudo-rapidez da partícula como sendo:nn
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Leitura recomendada
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- Capítulo 3 do livro “Introduction to Elementary Particles”, D. griffithsn
- Capítulo 1 do livro “Particle Physics, an introduction”, M. Leon (note que ele utiliza um formalismo ligeiramente diferente para representação das transformações de Lorentz, mas vale a pena conhecer.).n
- Capítulo 1 do livro “Introduction to high-energy heavy-ion collisions”, Cheuk-Yin Wong.n
- Na aula comentamos o decaimento de três corpos e o gráfico de Dalitz. Para uma discussão da cinemática de um decaimento de três corpos e o gráfico de Dalitz, dêem uma olhada neste review de cinemática relativística do Particle Data Group.n
Exercícios
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- Uma partícula
de momento 10 GeV decai em elétron + pósitron. No referencial do centro de massa desta partícula o elétron foi emitido a 45o em relação ao que seria a direção do momento do
no laboratório. Calcule, no referencial do laboratório, o ângulo entre o elétron e pósitron, bem como as energias destas partículas.n
- Em um decaimento de três corpos,
, determine a energia máxima e mínima da partícula B em termos das massas das demais partículas.n
- Mostre a equação (21).n
- Mostre que uma partícula movendo-se na direção z com velocidade
possui rapidez dada pela eq. (34)n
- Mostre a equação (33).n
- Mostre a equação (35).n
- Mostre que no limite de altas energias, onde a massa de repouso da partícula pode ser desprezada, que a pseudo-rapidez converge para a rapidez da partícula.n
- Mostre que rapidez, no limite de baixas velocidades,
, tende a se igualar à velocidade da partícula.n
- Para uma colisão elástica entre partículas idênticas,
, mostre que as variáveis de Mandelstan tornam-se n
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nnonde
corresponde ao momento da partícula incidente no referencial do CM e
é o ângulo da partícula espalhada.nn
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