nnVersão para impressãon nn Notas de aula são propriedade intelectual. Sendo assim, qualquer uso, no todo ou em parte, deve ter a origem referenciada apropriadamente, após autorização de seu autor.n nn O texto a seguir corresponde à anotações parciais de aula. Não é um texto em forma final, completo e totalmente revisado. Nesse caso, esse texto não tem como objetivo substituir livros sobre o assunto. Assim, esse texto deve ser entendido apenas como um guia de estudo para o aluno acompanhar a disciplina. n
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nO estudo de processos envolvendo partículas elementares é feito primordialmente através da medida de taxas com as quais determinado processo ocorre. A identificação da ocorrência de um determinado processo é feita através de várias técnicas experimentais distintas, observando as várias leis de conservação envolvidas, como visto anteriormente, por exemplo, no experimento CPLEAR para separar colisões onde são produzidos káons ou antikáons. As medidas dessas taxas, em geral, envolvem medidas de seções de choque. Em um experimento típico, um feixe de partículas colide sobre um alvo ou dois feixes de partículas colidem entre si, produzindo novas partículas. A taxa com que partículas são produzidas dependem das interações entre as partículas que colidem mas também dependem da frequência com a qual ocorrem as colisões. É muito comum, ao invés de se medir taxas de produção, medir sessões de choque, definida como:nn
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corresponde à taxa de partículas de interesse medida e
corresponde ao fluxo de partículas incidentes. É fácil ver que a seção de choque tem unidade de área. A conexão entre o que se observa experimentalmente e o que se calcula teoricamente é feita através da relação entre taxas observadas e fluxos através de uma formulação teórica apropriada. Por exemplo, vamos tomar um sistema quântico não relativístico de partículas livres. Neste caso, partindo da relação
e utilizando os operadores adequados para energia e momento, chegamos à:nnn
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e somando seu C.C:nnn
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como densidade de probabilidade, o que torna a equação acima muito similar à equação de continuidade:nnn
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. O complexo conjugado de (9), multiplicamos por
, chegando à:nnn
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mas depende também da energia. No caso do sistema não relativístico (faça como exercício) não há dependência da energia. É bastante conveniente escrever (15) e (16) em uma forma de quadrivetor. Definimos o quadrivetor:nnn
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imposto em (21), faria com que partículas de energia positiva decaissem para estes estados cada vez mais negativos. Dirac então propôs uma solução onde todos os estados de energia negativa estariam populados por partículas (naquele momento, Dirac estava preocupado com a descrição relativística de elétrons), não havendo nenhum estado negativo livre. A observação destes elétrons nestes estados de energia negativa não seria possível. Isto previne que um elétron de energia positiva, observável, espontaneamente migrasse para estes estados de energia negativa por conta do princípio de exclusão de Pauli. Há um vazio de estados entre
. O que poderia ocorrer, na verdade, é que radiação externa (fótons por exemplo) acima do limiar entre os níveis negativos e positivos,
do elétron em (19) tornando:nnn
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é interpretado agora como uma densidade de carga e não mais uma densidade de probabilidade. Assim, assumir valores negativos deixa de ser um incomodo. Neste caso,
assumiria valores negativos para elétrons reais e positivos para buracos. Stückelberg e Feynman, mais tarde, deram uma outra interpretação para os estados de energia negativa. Voltarei a isto mais tarde quando formos discutir um pouco diagramas de Feynman.nnn
nHavia ainda um incômodo que fez Dirac repensar a Eq. de Klein Gordon: a Eq. de Klein-Gordon é uma equação de segunda ordem no tempo, ao contrário da Eq. de Schrödinger, que é de primeira ordem. Isto inclui uma condição de contorno a mais no problema para definir a evolução temporal de um estado. Esta foi uma das motivações de Dirac, encontrar uma forma de descrever sistemas quânticos relativísticos através de uma dependência de primeira ordem no tempo, algo similar à equação:nn
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são as componentes dos operadores de momento. Tomando o quadrado de
, temos:nnn
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duas a duas. Para (26) satisfazer (24),
e
devem satisfazer:nnn
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e
não podem ser números e sim matrizes. De (27) tiramos que estas matrizes sejam unitárias e seus autovalores sejam
. Por conta das relações de anticomutação em (28) e (29), o traço dessas matrizes devem ser nulos. Como o traço das matrizes correspondem à soma dos seus autovalores, isto só é satisfeito se as matrizes tiverem dimensões pares. A menor matriz de dimensão par é a 2×2. O conjunto de matrizes 2×2 que satisfaz esta condição é o conjunto de matrizes de Pauli. Acontece que só temos 3 dessas matrizes e precisamos de 4 delas. Assim, a menor dimensão possível para as matrizes
e
é 4×4. Há várias representações para estas matrizes e a mais comum é a representação de Dirac-Pauli, na forma:nnn
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são as matrizes de Pauli, 2×2, e
são matrizes identidades de 2×2. Note que as matrizes acima são 4×4 mas normalmente se utiliza esta notação reduzida. Não confunda! Para (25) ser satisfeita,
não pode ser uma função única. Ela deve apresentar uma forma vetorial, de quatro componentes. Escreve-se então que:nnn
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vamos escrever (25) em termos de seus operadores diferenciais, multiplicando pela esquerda por
(lembre-se que
, passando os termos para o lado esquerdo, ou seja:nnn
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e
:nnn
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, sabendo que
, de modo que:nnn
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podemos escrever a equação acima como:nnn
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e (36) pela esquerda por
e somarmos os resultados, obtemos:nnn
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é fácil ver que
vale:nnn
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vale:nnn
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nPodemos re-escrever o quadrivetor para a corrente de probabilidade de carga como sendo:nn
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foi inserido para retomar a definição de Pauli-Weisskopf, como no caso da Eq. de Klein-Gordon. n
nVamos olhar as soluções da eq. de Dirac para partículas livres. Retomando da equação (25) vamos escrever:nn
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é dado por (31). Para partículas livres, vamos olhar soluções do tipo
onde
é um espinor de 4 componentes. Como
, podemos também achar funções que sejam autoestados de momento. Deste modo, vamos escrever que
, sendo
também um espinor de 4 componentes. Após estas substituições a eq. (39) fica simplesmente:nnn
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n
são compostas de blocos de 2×2 bem isoladas, podemos escrever
como sendo um vetor de dois estados onde cada estado é um vetor também de dois estados. Isto facilita encontrar as soluções para
. Assim, por simplicidade, escrevemos que:nnn
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em função de
, o que resulta em:nnn
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n
, resulta em:nnn
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ou seja, os mesmos estados de energia que os obtidos na Eq. de Klein-Gordon. Vamos agora obter os autoestados destes autovalores. Note que, como a hamiltoniana é uma matriz de quatro dimensões, temos dois autoestados de energia positiva e dois autoestados de energia negativa. n
nPara
n
n nne sabendo que:nn
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. Neste caso, as funções de onda, voltando todo o caminho até
, tomam a forma:nnn
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. Vamos escolher como sistema de referência o eixo 3, de modo que
. Assim, os autoestados de energia positiva neste limite tornam-se:nnn
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nOs autoestados de energia negativa podem ser construídos de forma análoga, agora tomando:nn
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. Os resultados são similares aos obtidos para partículas de energia positiva (façam como exercício). Porém, um detalhe que aparece nestas soluções é que a dependência temporal dos espinores toma a forma:nnn
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Apêndice
nnVamos mostrar que as definições para os 4-vetores gradientes têm a notação invertida a de 4-vetores tradicionais, como apresentada em (10). Inicialmente, podemos escrever que:nnn
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e calcular as componentes do seu quadrigradiente, ou seja
. Usando a regra da cadeia, temos:nnn
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Leitura recomendada
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- Capítulos 3 e 5 do livro “Quarks e Leptons: an introductory course in modern particle physics”, Francis Halzen e Alan D. Martinn
- Capítulos 1, 2 e 3 do livro “Relativistic Quantum Mechanics”, Bjorken e Drell.n
- Começo do capítulo 7 do livro “Introduction to elementary particles”, David griffths.n
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Exercícios
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- Mostre que
e
são hermitianas, de traço nulo com autovalores
.n
- Mostre que cada uma das 4 componentes de um espinor que satisfaça a eq. de Dirac também satisfaz a eq. de Klein-Gordon. n
- Encontre os espinores
para antipartículas, isto é, para os autoestados de energia negativa. Mostre que estes espinores são os mesmos para as partículas trocando os sinais de energia e momento.n
- É comum utilizar a notação cortada, por exemplo,
, onde
. Mostre que
. n
- Mostre que
onde
, com
são os dois espinores para estados de partículas.n
- Mostre que
onde
, com
são os dois espinores para estados de antipartículas.n
- Mostre que
e que
n
- Definindo
, mostre que
,
e
.nn













![\frac{\partial}{\partial t} \left[ i \left( \phi^* \frac{\partial \phi}{\partial t} - \phi \frac{\partial \phi^*}{\partial t} \right) \right]+\vec\nabla\left( -i(\phi^*\vec\nabla\phi -\phi\vec\nabla\phi^*)\right) = 0 \frac{\partial}{\partial t} \left[ i \left( \phi^* \frac{\partial \phi}{\partial t} - \phi \frac{\partial \phi^*}{\partial t} \right) \right]+\vec\nabla\left( -i(\phi^*\vec\nabla\phi -\phi\vec\nabla\phi^*)\right) = 0](http://picard.if.usp.br/sampa/blog/pivotx/extensions/renderlatex/pictures/d1bab7a81d0974bd8d4a897c0da90b3d.png)













































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